Sobre Milton

Milton Cesar Pettean
Psicólogo
CRP:06/137232

Formação e Experiência

  • Profissional com anos de experiência no atendimento clínico, utilizando técnicas comportamentais e instrumentos como testes e inventários para identificar e combater diversas patologias, transtornos ou qualquer fator causal de sofrimento e promover o bem estar dos pacientes.
  • Graduado em Psicologia, especializando em Neuropsicologia. Formado como Analista Educacional, Analista Comportamental, Líder Coach, Palestrante, Professional & Self Coach e Life Coach .
  • Experiência nas áreas hospitalar; psicologia clínica; planejamento de carreira; saúde mental; lar de idosos e Instituição de acolhimento de crianças e adolescentes. E diversas qualificações em diferentes áreas da Psicologia. 

Atendimento

  • Online e Presencial

Serviços

  • Psicoterapia Individual com Crianças, Adolescentes e Adultos
  • Psicoterapia com Casal
  • Orientação e Planejamento de carreira
  • Desenvolvimento humano e empresarial
  • Tratamento de ansiedade, depressão entre outros transtornos

Programas

  • Fundador do Site Portal da Psicologia que visa levar a Psicologia clínica no formato de atendimentos online e presencial; Levar informação sobre saúde mental através de artigos, vídeos e linkagens em redes sociais.

  • Idealizador do programa iMind (Expressão com significado em Inglês “Eu me importo”). Esse programa foi criado com a certeza de que todo profissional que trabalha com pessoas deve se importar verdadeiramente com seu cliente!

  • O programa iMind é voltado para elevar o desenvolvimento humano através de cursos, treinamentos e processos psicoterápicos.

A.C.A.L.M.E-S.E: Técnica para controlar ansiedade e estresse

A ansiedade é uma sensação que acontece com todos nós e é fundamental para nos mover em busca do que necessitamos e para nos proteger dos perigos. Mas às vezes ela é excessiva e disfuncional, pois não há nenhum perigo real e essa sensação acaba nos impedindo de fazer nossas atividades normalmente. 

Existem casos em que a ansiedade está presente o tempo todo na vida da de uma pessoa e pode até ter sido assim por toda sua vida, isso acontece no Transtorno de Ansiedade Generalizada.

Em outros casos, a ansiedade se manifesta como formar de crises agudas, acompanhadas por sintomas corporais como suor excessivo, tremor, falta de ar, entre outros sintomas, esses são os ataques de pânico, que, se acontecem frequentemente, podem externar o Transtorno do Pânico

Independente da maneira que a ansiedade se manifesta, é importante compreender que podemos aprender a viver com ela.

Abaixo está uma estratégia criada pelo psicólogo Bernard Rangé que se chama ACALME-SE que poderá ajudar as pessoas a lidarem com a ansiedade mais tranquilamente.

Cada letra do nome A.C.A.L.M.E-S.E condiz com cada passo a ser seguido:

 

A.C.A.L.M.E-S.E

 

ACEITE sua ansiedade, mesmo que lhe pareça absurdo no momento. Substitua seu medo, raiva e rejeição por aceitação e não lute contra as sensações. A resistência só irá prolongar e intensificar o desconforto.

CONTEMPLE as coisas ao redor e não fique apenas olhando para dentro de você. Deixe seu corpo agir como ele quiser, sem julgamentos, e aprenda que, como observador, você evita “se transformar” em sua ansiedade. 

AJA como se não estivesse ansioso, ou seja, diminua o ritmo das suas ações, mas sem parar completamente. Não se desespere ou interrompa o que está fazendo para, supostamente, “fugir” da ansiedade.

LIBERE o ar de seus pulmões bem lentamente. Respire devagar, contando até três na inspiração e até seis na expiração. Ao soltar o ar, não sopre, apenas deixe-o sair lentamente por sua boca, identificando o ritmo ideal para sua respiração.

MANTENHA os passos anteriores e repita cada um deles.

EXAMINE seus pensamentos, sem antecipar problemas que sequer podem vir a aparecer. Seja mais racional e verifique se há motivos reais para os medos e as preocupações.

SORRIA, pois você conseguiu, até este momento, seguir os passos e aceitar e controlar a ansiedade sozinho. Você agora saberá como lidar com os sentimentos ruins e estranhos.

ESPERE pelo futuro com aceitação, abandonando o pensamento “mágico” de que a ansiedade desapareceu para sempre. Ela, na verdade, é essencial para que você continue vivo. A diferença é que, agora, você está em boa posição para lidar com ela novamente.

As Diferentes Manifestações do Autismo

O autismo pode se manifestar em um espectro de problemas que variam de intensidade e tipo, por isso que o distúrbio é classificado de maneira mais geral, como desordens do espectro. Por apresentar diversos sintomas e níveis, o próprio diagnóstico para a desordem do espectro autista é bastante individualizado e subjetivo.
Uma criança com um autismo leve como a síndrome de Asperger, por exemplo, pode conversar, frequentar escolas normais e ter uma vida independente quando envelhecer. Asperger é uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas, alguns portadores até mesmo apresentam níveis de QI acima da média.
Portadores do autismo ‘clássico’ têm comprometimento das capacidades cognitivas que varia de moderado a grave, além da dificuldade de interação social, de comunicação e do comportamento repetitivo, são chamados de autistas de ‘alto funcionamento’. O médico Leo Kanner, para descrever esse tipo de autismo utilizou expressões como ‘solidão autística’ e ‘insistência na mesmice’.
E também existem os autistas do tipo regressivo que são aqueles que se desenvolvem normalmente até aproximadamente 1 ano e meio, e em seguida, até os 3 anos, sofrem regressão da linguagem e do comportamento tornando-se autistas.
Existem pesquisas que tem o objetivo de melhorar esses quadros, como a pesquisa com o hormônio Oxitocina. Pelo fato desse hormônio estar relacionado a comportamentos afetivos e relações interpessoais, pode ajudar essa população, sendo que, alguns estudos já comprovaram que pessoas com algum tipo de desordem do espectro autista possuem menos oxitocina no sangue periférico.
Esse estudo sugere que sob efeitos da ingestão do spray nasal de oxitocina desenvolvido por cientistas, autistas poderão ter uma melhora no engajamento social, como a presença de contato visual e a habilidade de se relacionar com outras pessoas. 
Outro projeto que poderá ajudar muitas pessoas com autismo a terem um melhor desenvolvimento e melhores oportunidades de tratamentos de maneira mais precoce, é o projeto de pesquisa genética realizado no Brasil voltado para a identificação de genes-candidatos à desordem e células-tronco. A ideia é tirar células-tronco dos dentes de leite de crianças autistas, colocá-las em cultura e, com o tempo, diferenciar essas células em neurônios e em seguida, os cientistas tentarão introduzir esses neurônios no sistema nervoso para suprir algumas falhas no processamento cerebral, numa técnica chamada de ‘reengenharia dos neurônios’. A estimativa é que em até uma década seja possível realizar intervenções terapêuticas. Isso será um grande passo para que muitas pessoas possam se beneficiar dessa pesquisa, já que se estima que 90% das causas desse transtorno são por fatores genéticos.

Fonte:

Funções Executivas e a Aprendizagem

As funções executivas do cérebro são tidas como um conjunto de habilidades, que integralmente possibilitam que a pessoa direcione comportamentos a objetivos, realizando ações voluntárias que operam por meio de redes neurais interativas e sobrepostas, distribuídas nos córtices de associação, principalmente no córtex pré-frontal, considerado o centro executivo do cérebro. 
Uma lesão nessa região poderia causar déficits na retenção de aprendizados. Como no caso de Phineas Gage, que após ter sobrevivido depois de uma barra de metal atravessar seu crânio, mudou seu humor drasticamente e também era incapaz de executar tarefas longas ou adaptar-se às normas, o que exigira associação entre aprendizados já estabelecidos com novas informações. Necessitando da atuação da memória de trabalho que se trata de um sistema de capacidade limitada, que mantém e armazena informações temporariamente, de modo a sustentar os processos de pensamento humano, fornecendo uma interface entre percepção, memória de longo prazo e ação.
Existem algumas hipóteses sobre como ocorre esses déficits na aprendizagem. Uma delas é a teoria construtivista que diz respeito a interação do sujeito com um objeto, para uma criança aprender, reter, e ser capaz de evocar algum novo conceito, é preciso que se tenha um gerenciamento contínuo de suas memórias já formadas, que irão se moldar e se fundir aos novos conceitos recém adquiridos. Esse gerenciamento é tido como a função executiva. Além disso, é provável que as habilidades cognitivas e morais se estruturem gradualmente nos períodos pré-operatório e operatório em função do lento processo de mielinização e amadurecimento que o córtex pré-frontal sofre durante esse período.
Outra hipótese é a visão interacionista, na interação entre sujeitos, a função executiva também estabelece a ligação entre as memórias já formadas e as informações vindas do meio, através do processo de interação social e do contato interpessoal. Assim, os déficits de aprendizado talvez sejam déficits executivos relacionados com a atenção, ou com a memória de trabalho, ou com o controle inibitório.
Então, podemos concluir que, o que pode estar acontecendo com essa criança ou esse adulto que tem tais dificuldades, é que eles talvez não estejam conseguindo usar o que aprenderam.

REFERÊNCIA

MOURAO JUNIOR, Carlos Alberto; MELO, Luciene Bandeira Rodrigues. Integração de três conceitos: função executiva, memória de trabalho e aprendizado. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 27, n. 3, set. 2011 .

Teoria do Sistema Funcional de Luria

Como Alexander Romanovitch Luria formulou sua teoria?

Luria observou os modelos Localizacionista de Gall, Wernicke e Broca no qual cada área do cérebro era descrita como responsável por uma função mental específica e Unitarista de Hughlings Jackson, onde o cérebro em sua totalidade era tido como responsável por todas as funções. E Luria amplia a ideia de Anokhin (1898-1974) de Sistema Funcional, revisando os três conceitos: função, localização e sintoma e propôs, em síntese, que os dois modelos estavam certos e errados ao mesmo tempo. Então, baseou sua teoria em uma forma de sistema dinâmico, onde cada área cerebral seria responsável por uma especificidade, mas que agiriam em conjunto dinâmico e integrado em todo sistema nervoso.

Luria dá um exemplo de que assim como a função respiratória não é propriedade apenas do pulmão, mas sim do sistema respiratório inteiro, o sistema neural era um sistema funcional completo e complexo e não reduzida a poucos agrupamentos neurais específicos. A localização para Luria determina quais regiões do cérebro estrão trabalhando em conjunto para construir uma atividade mental complexa e o sintoma busca identificar o fator básico que está por trás do sintoma observado.

Luria estruturou o Sistema Nervoso Central hierarquicamente em três unidades funcionais, a primeira foi descrita como a responsável pela vigília e pelo tônus cortical que depende do tronco encefálico, onde tem uma rede neural chamada Sistema Reticular Ascendente que se comunica com a terceira unidade funcional. A segunda é a encarregada de receber, processar e armazenar as informações que chegavam do mundo externo e interno a partir dos sentidos. E a terceira unidade funcional regularia e verificaria as estratégias comportamentais e a própria atividade mental.

As 3 Leis Funcionais de Lúria

Luria também apresenta três leis que governam a estrutura de funcionamento das regiões corticais individuais.

A primeira é a lei da estrutura hierárquica que afirma que há uma síntese progressivamente mais complexa das informações que chegam. As áreas terciárias organizam a atividade das secundárias, que organizam a atividade da primária em uma rota ascendente nas crianças e descendente em adultos.

A segunda lei é a da especificidade decrescente, onde os neurônios das áreas primárias possuem uma especificidade modal muito grande que vai diminuindo nas áreas secundárias até se tornar multimodal nas áreas terciárias. Isto significa que os neurônios que estão presentes nas áreas primárias só executam atividades muito específicas e não processam informações diferentes para o que não foram designados. Já um neurônio das áreas terciárias, não só processa informações de origens diferentes, como de modais diferentes: consegue integrar estímulos auditivos com visuais, por exemplo.

A terceira lei é da lateralização progressiva das funções, aqui as áreas primárias fazem o mesmo papel nos hemisférios esquerdo (dominante), área especifica da linguagem e direito (subdominante) do cérebro, enquanto as secundárias e terceárias executam funções distintas. Os hemisférios são diferentes e desempenhem funções diversificadas, mas complementares.

Como o córtex Posterior é Organizado em seus Lobos

Seguindo estas três leis, todo córtex posterior é organizado em seus lobos da seguinte maneira:

No lobo occipital as áreas primárias recebem a informação visual do nervo óptico, criando cor, forma e movimento sendo processado e passando para o córtex secundário que percebe e forma a imagem visual que passam para as áreas terceárias que são comuns em todos os lobos.

No lobo temporal as áreas primárias são especializadas em ouvir frequências sonoras muito específicas, criando uma sensação auditiva, a área secundária une tais informações e consegue criar uma imagem auditiva e as áreas terciárias integram aos outros sistemas.

No lobo parietal as áreas primárias de cada neurônios processam áreas corporais distintas, aqui ocorre a representação corporal denominada Homúnculo de Penfield, por ter formato de um pequeno homem, que tem representações de partes humanas aumentadas. Há muito mais neurônios na área primária responsáveis em receber a estimulação destas regiões corporais do que de outras, como as costas, por exemplo. As áreas secundárias integram as informações que provém das áreas primarias, criando uma imagem tátil e novamente as áreas terciárias criam uma cognição complexa a partir destes estímulos e de outros estímulos sensoriais.

No lobo frontal o caminho é inverso, assim, a rota na terceira unidade funcional parte das áreas terciárias (intenção) para as secundárias (coordenação) para, finalmente, as primárias (movimento) que realizam o comportamento desejado.

Referências

ANDRADE, V. M.; SANTOS, F. H.; BUENO, O. F. A.Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004
FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L. F.; CAMARGO, C. H. P. (Orgs.) Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2008
GAZZANIGA, M. S.; HEATHERTON, T. F. Ciência Psicológica: Mente, Cérebro e Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005
KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M.Fundamentos da Neurociência do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997
LENT, R. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: EDUSP, 1981.

O Que é Demência?

A demência é uma síndrome que se caracteriza pelo declínio da memória associado a déficit de, pelo menos, uma outra função cognitiva (linguagem, gnosias, praxias ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo.

Frequentemente, as manifestações iniciais do comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCL amnéstico) consistem em disfunção da memória de trabalho, geralmente leve, e em diminuição da capacidade de memória de curta duração. A redução da memória de trabalho obedece a perdas neuronais no córtex pré-frontal, e a diminuição da capacidade de memória de curta duração a perdas neuronais no hipocampo, no córtex entorrinal ou eventualmente parietal, o desempenho cai rapidamente em todas as áreas do funcionamento cognitivo, mas as habilidades provavelmente subordinadas aos lobos temporais medial e laterais (memória episódica e semântica, respectivamente) parecem ser mais danificadas do que aquelas habilidades provavelmente subordinadas aos lobos frontais.

Causas

Há várias causas de demência, cujo diagnóstico específico depende de conhecimento das diferentes manifestações clínicas e de uma sequência específica e obrigatória de exames complementares.

As quatro causas mais frequentes de demência são a doença de Alzheimer (DA), a demência vascular (DV), demência com corpos de Lewy (DCL) e a demência frontotemporal (DFT).

Tipos e sintomas 

O primeiro sintoma da DA é o declínio da memória, sobretudo para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial, aspectos cognitivos em boa parte dependentes da formação hipocampal. A partir da evolução do quadro, há o aparecimento de alterações de linguagem (destaca-se a anomia), distúrbios de planejamento (funções executivas).

O termo demência vascular (DV) refere-se aos quadros causados pela presença de doença cerebrovascular (DCV). É mais utilizado quando associado aos efeitos de grandes lesões tromboembólicas (demência por múltiplos infartos), mas inclui também os estados lacunares e as lesões únicas em locais estratégicos (tálamo, giro angular esquerdo, núcleo caudado), demência associa da a lesões extensas da substância branca (doença de Binswanger), angiopatia amilóide e demência por acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos.

A demência com corpos de Lewy (DCL) indica a ocorrência de um quadro demencial com flutuação dos déficits cognitivos em questão de minutos ou horas, alucinações visuais detalhadas, vívidas e recorrente se sintomas parkinsonianos, geralmente do tipo rígido acinético, de distribuição simétrica. . A DCL tem um declínio cognitivo progressivo e interfere na capacidade funcional do indivíduo (funções executivas, capacidade de resolução de problemas e atividades devida diária). A atenção, as funções executivas e as habilidades visuoespaciais são os domínios cognitivos mais comprometidos nas fases iniciais, com relativa preservação da memória.
A demência frontotemporal (DFT) inclui alterações precoces de personalidade, de comportamento, de alterações de linguagem (redução da fluência verbal, estereotipias e ecolalia), tendo início insidioso e caráter progressivo. A memória e as habilidades visuoespaciais ficam relativamente preservadas.

Comportamentos

As alterações de comportamento podem mostrar-se através de isolamento social, apatia, perda de crítica, desinibição, impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade mental, sinais de hiperoralidade e descuido da higiene pessoal. Sintomas depressivos, preocupações somáticas bizarras e estereotipias motoras podem ocorrer, além da manifestação de desinteresse pelas atividades e pessoas habituais, manutenção de condutas rituais ou colecionismo, deambulações inadaptadas, apatia, desinibição e hipermotividade com ansiedade, o que exige de seus familiares e cuidadores a consciência de que seus idosos, independente de patologias, demandam cuidados especiais.

Fonte

http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1802/262%20revisao.pdf

Subjetividade, Cultura, Representação Social e as Representações da Velhice

A subjetividade pode ser entendida como um sistema que produz e organiza sentidos subjetivos que o indivíduo absorve e internaliza ao longo do desenvolvimento sócio-cultural, caracterizando sua personalidade baseando-se na tensão entre os sentidos que apareceram no percurso de suas ações.

Sua história de vida e os próprios contextos atuais no qual o sujeito está inserido influenciam em suas representações de sentido que podem sofrer modificações e ganhar novas perspectivas. Podemos definir a subjetividade como algo particular, interno, que ao mesmo tempo em que se opõe ao mundo externo, surge do mesmo e toda a particularidade do sujeito, o faz ser diferente e único.

Quando nascemos somos inseridos em uma cultura com regras e normas para que consigamos viver em sociedade. Absorvemos os primeiros valores dos nossos pais que são transmitidos conforme sua própria história de vida.

As mudanças causadas pelo tempo também influenciam na mudança cultural e comportamental das pessoas, e novas configurações familiares surgem e a própria instituição família vem se tornando obsoleta. Os pais vivem cada vez mais em busca do sustento e a educação dos filhos é terceirizada, e os filhos acabam sendo treinados para o consumo sem critérios ou reflexão, sem falar das relações frágeis construídas através de redes sociais.

Na velhice, além das suas transformações características, à imagem sociocultural é influenciada por preconceitos e estereótipos negativos (Alencar & Carvalho, 2009; Laranjeira, 2010). O bem-estar dessa população depende das características do contexto social geradoras de desigualdades e vulnerabilidades que são as que mais interferem na independência funcional e na qualidade de vida (Geib, 2012).

As representações sociais que explicam esses fatores são ferramentas mentais, que operam na própria experiência, moldando o contexto em que os fenômenos estão enraizados, que não são apenas registros de dados ou sistematização de fatos, e não se mostram apenas de modo social, mas individual, que é importante para o conhecimento da pessoa. Por serem elementos simbólicos, as representações sociais apontam conhecimentos, opiniões, crenças e valores incorporados nas práticas das diversas situações vivenciadas e prosseguem ancoradas no campo da situação concreta orientando nossas ações individuais (Franco, Munhoz, & Andrade, 2012; Pedroso & Andrade, 2014).

Referencias

ALENCAR, M. S. S., & Carvalho, C. M. R. G. O envelhecimento pela ótica conceitual, sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 13(29), 435-444, 2009. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000200005

FRANCO, M. L. P. B., Munhoz, M. L. P., & Andrade, M. S. Representações sociais de jovens sobre família. Educação & Linguagem, 15(25), 40-57, 2012. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000200005

GEIB, L. T. C. Determinantes sociais da saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva, 17(1), 123-133, 2012. . Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000200005

Psicologia do Esporte: além do físico com atletas de alto rendimento (TCC).

Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia da UNIFAJ

Nas últimas décadas, a Psicologia do Esporte foi definida como o estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício e as aplicações práticas de tal conhecimento, Rubio (2004a).
Considerada uma ciência e uma disciplina de aplicação relativamente nova, a Psicologia do Esporte tem buscado desenvolver métodos e paradigmas para avançar na aproximação entre teoria e prática, grande preocupação da
área nos últimos 30 anos, Rubio (2004a). Ou seja, durante um bom período observou-se, de um lado, pesquisadores retidos em seus laboratórios produzindo pesquisa básica e, de outro, os clínicos próximos de atletas e técnicos no contexto de treinamento e competição, investigando a aplicação. O resultado desse distanciamento foi que cada qual produziu, a seu modo, conhecimentos específicos seja no âmbito dos contextos esportivos individuais como coletivos, tratados, quase todos eles despregados do contexto nos quais eram produzidos. Se conduzidos dialogicamente, esses estudos poderiam conseguir maior avanço da área, tanto no que se refere à produção do conhecimento, como na organização de novas pesquisas, considerando que parte dos estudiosos estava atuando em ambiente natural, enquanto outros estavam nos laboratórios. O paralelismo venceu a cooperação. Apesar disso, a Psicologia do Esporte tem se tornado um importante campo de pesquisa e atuação.

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