A subjetividade pode ser entendida como um sistema que produz e organiza sentidos subjetivos que o indivíduo absorve e internaliza ao longo do desenvolvimento sócio-cultural, caracterizando sua personalidade baseando-se na tensão entre os sentidos que apareceram no percurso de suas ações.
Sua história de vida e os próprios contextos atuais no qual o sujeito está inserido influenciam em suas representações de sentido que podem sofrer modificações e ganhar novas perspectivas. Podemos definir a subjetividade como algo particular, interno, que ao mesmo tempo em que se opõe ao mundo externo, surge do mesmo e toda a particularidade do sujeito, o faz ser diferente e único.
Quando nascemos somos inseridos em uma cultura com regras e normas para que consigamos viver em sociedade. Absorvemos os primeiros valores dos nossos pais que são transmitidos conforme sua própria história de vida.
As mudanças causadas pelo tempo também influenciam na mudança cultural e comportamental das pessoas, e novas configurações familiares surgem e a própria instituição família vem se tornando obsoleta. Os pais vivem cada vez mais em busca do sustento e a educação dos filhos é terceirizada, e os filhos acabam sendo treinados para o consumo sem critérios ou reflexão, sem falar das relações frágeis construídas através de redes sociais.
Na velhice, além das suas transformações características, à imagem sociocultural é influenciada por preconceitos e estereótipos negativos (Alencar & Carvalho, 2009; Laranjeira, 2010). O bem-estar dessa população depende das características do contexto social geradoras de desigualdades e vulnerabilidades que são as que mais interferem na independência funcional e na qualidade de vida (Geib, 2012).
As representações sociais que explicam esses fatores são ferramentas mentais, que operam na própria experiência, moldando o contexto em que os fenômenos estão enraizados, que não são apenas registros de dados ou sistematização de fatos, e não se mostram apenas de modo social, mas individual, que é importante para o conhecimento da pessoa. Por serem elementos simbólicos, as representações sociais apontam conhecimentos, opiniões, crenças e valores incorporados nas práticas das diversas situações vivenciadas e prosseguem ancoradas no campo da situação concreta orientando nossas ações individuais (Franco, Munhoz, & Andrade, 2012; Pedroso & Andrade, 2014).
Referencias
ALENCAR, M. S. S., & Carvalho, C. M. R. G. O envelhecimento pela ótica conceitual, sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 13(29), 435-444, 2009. Disponível em:
FRANCO, M. L. P. B., Munhoz, M. L. P., & Andrade, M. S. Representações sociais de jovens sobre família. Educação & Linguagem, 15(25), 40-57, 2012. Disponível em:
GEIB, L. T. C. Determinantes sociais da saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva, 17(1), 123-133, 2012. . Disponível em: