O autismo pode se manifestar em um espectro de problemas que variam de intensidade e tipo, por isso que o distúrbio é classificado de maneira mais geral, como desordens do espectro. Por apresentar diversos sintomas e níveis, o próprio diagnóstico para a desordem do espectro autista é bastante individualizado e subjetivo.
Uma criança com um autismo leve como a síndrome de Asperger, por exemplo, pode conversar, frequentar escolas normais e ter uma vida independente quando envelhecer. Asperger é uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas, alguns portadores até mesmo apresentam níveis de QI acima da média.
Portadores do autismo ‘clássico’ têm comprometimento das capacidades cognitivas que varia de moderado a grave, além da dificuldade de interação social, de comunicação e do comportamento repetitivo, são chamados de autistas de ‘alto funcionamento’. O médico Leo Kanner, para descrever esse tipo de autismo utilizou expressões como ‘solidão autística’ e ‘insistência na mesmice’.
E também existem os autistas do tipo regressivo que são aqueles que se desenvolvem normalmente até aproximadamente 1 ano e meio, e em seguida, até os 3 anos, sofrem regressão da linguagem e do comportamento tornando-se autistas.
Existem pesquisas que tem o objetivo de melhorar esses quadros, como a pesquisa com o hormônio Oxitocina. Pelo fato desse hormônio estar relacionado a comportamentos afetivos e relações interpessoais, pode ajudar essa população, sendo que, alguns estudos já comprovaram que pessoas com algum tipo de desordem do espectro autista possuem menos oxitocina no sangue periférico.
Esse estudo sugere que sob efeitos da ingestão do spray nasal de oxitocina desenvolvido por cientistas, autistas poderão ter uma melhora no engajamento social, como a presença de contato visual e a habilidade de se relacionar com outras pessoas.
Outro projeto que poderá ajudar muitas pessoas com autismo a terem um melhor desenvolvimento e melhores oportunidades de tratamentos de maneira mais precoce, é o projeto de pesquisa genética realizado no Brasil voltado para a identificação de genes-candidatos à desordem e células-tronco. A ideia é tirar células-tronco dos dentes de leite de crianças autistas, colocá-las em cultura e, com o tempo, diferenciar essas células em neurônios e em seguida, os cientistas tentarão introduzir esses neurônios no sistema nervoso para suprir algumas falhas no processamento cerebral, numa técnica chamada de ‘reengenharia dos neurônios’. A estimativa é que em até uma década seja possível realizar intervenções terapêuticas. Isso será um grande passo para que muitas pessoas possam se beneficiar dessa pesquisa, já que se estima que 90% das causas desse transtorno são por fatores genéticos.
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